Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DO NÚMERO DE CASOS E MODALIDADES TERAPÊUTICAS DO CÂNCER DE VULVA NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS NO BRASIL

Introdução

O câncer de vulva é incomum entre as neoplasias ginecológicas, ocorre em 1 mulher a cada 100.000 por ano. O tipo histológico mais frequente é o carcinoma de células escamosas, mas também podem ocorrer melanomas, carcinoma basocelular e sarcomas. Os fatores de risco incluem histórico de câncer uterino, líquen escleroso vulvar, imunodeficiência e tabagismo. A neoplasia também pode ser associada ao HPV principalmente em mulheres mais jovens ou a inflamações crônicas em pacientes geralmente acima de 50 anos. O quadro clínico envolve coceira, dor, feridas que não cicatrizam, caroços, sangramentos e linfadenopatia. Dessa forma, o câncer de vulva possui uma alta taxa de cura quando diagnosticado em fase inicial, o que é dificultado pela demora em buscar o auxílio médico.

Objetivo

Analisar a incidência e modalidade terapêutica da neoplasia maligna de vulva no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dez anos (2014-2023) no Brasil.

Casuística

Não se aplica.

Método

Estudo descritivo e retrospectivo sobre a incidência e modalidade terapêutica da neoplasia maligna de vulva (CID 10 - C51) nos últimos dez anos (2014-2023) no Brasil. Os dados foram obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET. As variáveis utilizadas foram número de casos, Região, modalidade terapêutica e faixa etária. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.

Resultados

Com base na análise dos dados públicos, foi constatado que o Brasil apresentou um total de 8.826 casos de neoplasia maligna de vulva registrados na última década, sendo que a Região Sudeste obteve o maior número de casos, com 4.149 registros, representando 47,0% do total, seguido pela Região Sul com 2.308 casos no período. Em relação às modalidades terapêuticas realizadas, que abrange as formas de intervenções cirúrgicas, de radioterapias e de quimioterapias, a terapia cirúrgica apresentou recorde de registro, com 3.148 procedimentos inscritos no período, seguido da modalidade de radioterapia abordada em 1.781 casos. Ademais, ressalta-se que a Região Sudeste manifestou a maior porcentagem realizada entre o total de intervenções cirúrgicas, com 1.533 cirurgias incluídas no tratamento, equivalente a 48,70% dos procedimentos do país. No que tange à faixa etária das pacientes, é notória a expressão da neoplasia maligna de vulva na população feminina com mais de 80 anos, caracterizando em torno de 14,23 % dos casos do país.

Conclusões

A partir da análise de casos nos últimos dez anos no Brasil, torna-se evidente que as mulheres da Região Sudeste e acima de 80 anos representam o público mais acometido pela neoplasia maligna de vulva. Embora seja considerado um câncer com bom prognóstico quando diagnosticado em fase inicial, o principal tratamento é a vulvectomia, podendo ser parcial ou total, acompanhado de linfadenectomia. Já em casos mais avançados é necessário realizar exenteração pélvica, ambos os procedimentos são extremamente traumático para a mulher. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade da prevenção dos fatores de risco e do diagnóstico precoce, principalmente no público supracitado.

Referências

Olawaiye, Alexander B et al. “Cancer of the vulva: 2021 update.” International journal of gynaecology and obstetrics: the official organ of the International Federation of Gynaecology and Obstetrics vol. 155 Suppl 1,Suppl . 2021.
Rajaram, Shalini, and Bindiya Gupta. “Management of Vulvar Cancer.” Reviews on recent clinical trials vol. 10,4. 2015

Palavras Chave

Neoplasia; Vulva; Vulvectomia; Brasil; Sudeste.

Área

Tumores da vulva e vagina

Instituições

Universidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Larissa Roberta Negrão, Gabriela Dacampo De Ré, Raissa Dos Santos Copatti, Luísa Motter Comarú, André Doneda, Micael Guzzon, João Pedro Baratieri Pires