Dados do Trabalho

Título

COBERTURA VACINAL CONTRA O PAPILOMAVÍRUS HUMANO: SEUS DESAFIOS E ESTRATÉGIAS

Introdução

No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, desconsiderando os tumores de pele não melanoma, registrando uma taxa de mortalidade significativa. Estima-se 17.010 casos novos por ano da doença até 2025. A presença do Papilomavírus Humano (HPV) em infecções persistentes é uma condição possível para o desenvolvimento dessa doença. A vacina que protege contra o HPV é incorporada ao Programa Nacional de Imunizações de forma gratuita. De 2014 a 2015, o Ministério da Saúde implementou um esquema de vacinação com três doses, com intervalos de 0, 2 e 6 meses entre elas. A partir de 2016, o esquema foi modificado para duas doses, com um intervalo mínimo de 6 meses. Atualmente, o Ministério da Saúde está administrando uma dose única da vacina contra o HPV para crianças de 09 a 14 anos, independentemente do sexo. Nesse contexto, a vacinação, aliada a outras práticas preventivas, como exames regulares, demonstra-se fundamental para estabelecer índices eficazes na diminuição dessa neoplasia. Nesse trabalho, evidencia-se os impasses para atingir altos índices de efetividade nas campanhas de vacinação.

Objetivo

O presente estudo tem o objetivo de analisar os desafios enfrentados na cobertura da vacina de prevenção ao câncer de colo de útero no Brasil e as estratégias para ampliação da cobertura vacinal.

Casuística

Não se aplica.

Método

Para realizar esta revisão de literatura, foram consultados artigos relacionados ao tema em plataformas como Google Acadêmico, Scielo e PubMed, utilizando descritores como "Papilomavírus Humano", "Câncer de colo de útero" e "Vacinas". Os descritores foram combinados utilizando os conectores lógicos "AND" e "OR" conforme necessário. Foram considerados artigos publicados nos últimos cinco anos que estivessem alinhados com a temática da revisão.

Resultados

Entre os obstáculos observados no nível da cobertura vacinal, estão o baixo nível educacional, baixa renda, moradias em áreas rurais, acesso insuficiente à informação e aos serviços de saúde e restrições impostas por preceitos religiosos. As estratégias empregadas no processo preventivo, além da distribuição gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluem a incorporação da vacina tetravalente agora em dose única, resgate de adolescentes até 19 anos não vacinados e a inclusão de pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente como grupo prioritário da vacina.

Conclusões

Embora a garantia do acesso, a eficácia e a segurança das vacinas contra o Papilomavírus Humano sejam fundamentais, esses fatores por si só não garantem o alcance das metas de redução e rastreamento da doença, uma vez que aspectos não técnicos, como questões sociais, culturais e conjunturais, aliados à desinformação e às falsas teorias sobre vacinas, representam entraves significativos. Ainda que o país tenha atingido uma meta satisfatória de imunizações na primeira dose, a cobertura da segunda dose ainda é deficiente, sendo, dessa forma, essencial a vacinação em dose única para a melhora do índice dessa cobertura. É crucial desenvolver estratégias nas campanhas de vacinação para educar a população de todas as idades sobre a importância da imunização na prevenção do câncer de colo de útero.

Referências

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2023: incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa

MOURA, Lívia de Lima; CODEÇO, Claudia Torres; LUZ, Paula Mendes. Human papillomavirus (HPV) vaccination coverage in Brazil: spatial and age cohort heterogeneity. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 24, p. e210001, 2020.

SANTOS, Wagner Mesojedovas; SANTOS, Debora Mesojedovas; FERNANDES, Márcia Santana. HPV immunization in Brazil and proposals to increase adherence to vaccination campaigns. Revista de Saúde Pública, v. 57, p. 79, 2023.

Palavras Chave

Papilomavírus; vacina; neoplasia maligna; câncer de colo de útero