Dados do Trabalho

Título

ESTUDO DO PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM LESÃO NEOPLÁSICA MALIGNA DE MAMA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NO ANO DE 2023

Introdução

Globalmente, o câncer de mama é a doença maligna mais frequentemente diagnosticada. Nesse sentido, a maioria dos diagnósticos dessa doença ocorrem por uma mamografia de rastreamento anormal. As características clássicas de uma lesão cancerosa palpável incluem lesão dominante única, pétrea, imóvel e com bordas irregulares. Ressalta-se a investigação no exame de comprometimento linfonodal, com a palpação de cadeias linfonodais, com destaque do cavo axilar e determinação precisa das características e estágio da doença, uma vez que influencia diretamente na terapêutica indicada. Além disso, é de extrema importância a análise da presença de fatores de risco individuais e histórico familiar de doença, considerando a relevância de mutações genéticas associadas, em especial, BRCA1 e BRCA2.

Objetivo

Analisar o perfil clínico de pacientes diagnósticos com neoplasia maligna de mama no Estado do Rio de Janeiro em 2023.

Casuística

Não há.

Método

Estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil clínico de pacientes diagnosticados com lesão neoplásica maligna de mama no estado do Rio de Janeiro no ano de 2023. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET e SISCAN (Sistema de Informações de Câncer). As variáveis utilizadas foram ano de competência, Estado, laudo histopatológico de lesão neoplásica maligna, faixa etária, comprometimento linfonodal axilar, alto risco prévio, detecção da lesão e tamanho do tumor. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.

Resultados

Constatou-se que no Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2023, em torno de 612 pacientes apresentaram a constatação histopatológica de neoplasia maligna de lesões mamárias. A faixa etária predominante dos pacientes foi entre 40 - 69 anos, representando 72,8% do total. Pacientes com risco clínico elevado prévio de malignidade somava-se 282, equivalente a 46,07% do total das pacientes analisadas. Em relação a detecção da lesão mamária, grande parte apresentava massa palpável no exame físico da mama, totalizando 473 das pacientes, correspondendo a 77,2 % da população inspecionada. As demais pacientes, 139 mulheres (22,7%), apresentavam alterações apenas por meio de exames complementares de imagem. Ademais, apenas 13% desses pacientes já apresentavam linfonodos palpáveis no cavo axilar. Na análise, em relação ao tamanho do tumor, a maior parte das lesões não foram avaliadas ou informadas; 17,9% das lesões eram menores que 2 cm; 23% dos tumores mediam entre 2 a 5 cm; 6,8% eram maiores que 5 cm;

Conclusões

A maioria dos diagnósticos de câncer de mama ocorrem por causa de uma mamografia anormal. No entanto, até 15% das mulheres são diagnosticadas devido à presença de uma massa mamária não detectada na mamografia e 30% no intervalo entre as mamografias. Destaca-se, portanto, a importância da análise epidemiológica e determinação de fatores de risco e características da doença ao diagnóstico, uma vez que auxilia na suspeita clínica. Com o rastreio e cuidado continuados, é possível que, tanto novos casos quanto recidivas, sejam diagnosticados antecipadamente e apresentem prognósticos melhores.

Conflitos de interesse

Não há.

Referências

O CÂNCER DE MAMA. Sociedade Brasileira de Mastologia, 2022. Disponível em: https://sbmastologia.com.br/o-cancer-de-mama/.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. A situação do câncer de mama no Brasil: síntese de dados dos sistemas de informação. Rio de Janeiro: INCA, 2019b.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). "Câncer de mama - Prevenção, Diagnóstico e Tratamento." Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama

BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Tabnet. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso em: 3 mar. 2023. 

Palavras Chave

Câncer de Mama; Mamografia; Epidemiologia;