Dados do Trabalho

Título

ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DE NEOPLASIAS ORIGINADAS DE CÉLULAS GLANDULARES DO COLO UTERINO: UMA ANÁLISE NO ESTADO DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 2013 A 2023

Introdução

O câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente entre mulheres (excluídos os tumores de pele não melanomas) e o terceiro em mortalidade para o gênero no Brasil. Para rastreio dessa neoplasia, é realizado o exame preventivo citopatológico, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Também chamado de exame de Papanicolau, deve ser realizado após os 25 anos ou ao iniciar a atividade sexual, sendo feito nos 2 primeiros anos e após, com resultados satisfatórios, a cada 3 anos, até os 64 anos. O exame histopatológico é o meio de diagnosticar uma alteração detectada no citopatológico, através biópsia ou material excisado, sendo a principal ferramenta na definição da conduta a ser realizada. Apesar da baixa incidência em mulheres com menos de 30 anos, o rastreio torna-se essencial devido à agressividade da doença e à sutileza ou ausência de sintomas.

Objetivo

Analisar alterações de células glandulares no colo uterino no Estado de São Paulo entre o período de 2013 a 2023.

Casuística

Não se aplica.

Método

Estudo descritivo e retrospectivo sobre o estudo histopatológico de neoplasias de células glandulares de colo uterino no Estado de São Paulo entre os anos de 2013 e 2023. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET e SISCAN (Sistema de Informações de Câncer). As variáveis utilizadas foram anos de competência, município, resultado histopatológico de neoplasias originadas de células glandulares e grau de diferenciação. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.

Resultados

Constatou-se no Estado de São Paulo, no período de 2013 a 2023, 673 casos de alterações histopatológicas de neoplasias originadas de células glandulares no útero. A categoria de adenocarcinoma in situ representou o valor de 139 exemplares, correspondendo a 20,66 % do total de casos analisados. O resultado de adenocarcinoma invasor foi equivalente a 534 casos das amostras observadas, representando 79,34 % do total. Ademais, do total das lesões infiltrantes, 90 casos foram enquadrados no diagnóstico de adenocarcinoma invasor cervical. A observação de adenocarcinoma endometrial foi representada por uma parcela de 18 casos. A opção de adenocarcinoma invasor sem especificações foi inserida 426 vezes, correspondendo a 63,23 % do montante. Na análise de grau de diferenciação celular das lesões invasoras, o grau histológico I (bem diferenciado) correspondeu a 72% das amostras analisadas, o grau II (moderadamente diferenciado) a 19%, o grau III (poucamente diferenciado) a 8 % e o grau IV (indiferenciado) a menos de 1% do total estudado.

Conclusões

A partir da análise é possível afirmar que 4 em 5 casos de neoplasia originada de células glandulares no colo do útero são lesões infiltrantes. Destas, em torno de 79,77%, grande maioria, são classificadas como sem especificações e 7 em 10 são de células bem diferenciadas. Assim, tais fatores justificam a importância do rastreio intenso deste tipo de neoplasia, pois a identificação precoce de tumores de caráter invasivo tem repercussão direta no grau de diferenciação celular identificado, bem como em seu tratamento

Referências

Lopes, V.A.S, Ribeiro, J.M. Fatores limitadores e facilitadores para o controle de câncer de colo de útero: uma revisão de literatura. Associação brasileira de saúde coletiva. Rio de Janeiro; 2019. 
Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ações de controle do câncer de colo de útero. Rio de Janeiro: INCA; 2021.

Palavras Chave

Câncer; colo de útero; São Paulo; Células glandulares.