Dados do Trabalho


Título

Neoplasia maligna de ovário: uma análise de dados no Brasil de 2013 a 2022

Introdução

O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero ¹. Cerca de 95% das neoplasias ovarianas derivam das células epiteliais, enquanto o restante provém de células germinativas e células estromais ¹. Os fatores de risco incluem histórico familiar, especialmente em parentes de primeiro grau, predisposição herdada como mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, endometriose e obesidade. Trata-se de uma condição de difícil diagnóstico precoce, devido a carência de evidências e recomendações para a realização de seu rastreio (WHO, 2007; US TaskForce, 2021; NHS, 2021). Ademais, a maior parte dos casos apresentam manifestações apenas em estágios avançados da doença, dificultando ainda mais o diagnóstico precoce. Estas manifestações incluem ascite, massa abdominal ou pélvica, distensão abdominal persistente, perda de apetite e peso, dor pélvica ou abdominal e mudanças nos hábitos intestinais e/ou urinários (NICE, 2021).

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico da letalidade da neoplasia maligna de ovário no Brasil de 2013 a 2022

Casuística

Não houve

Método

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo sobre a mortalidade por neoplasia maligna de ovário no Brasil, entre os anos de 2013 a 2022. Os dados foram obtidos por meio do Sistema de Informações de Mortalidade e de Internações Hospitalares do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (TABNET- DATASUS). As variáveis utilizadas foram o número de óbitos, região, faixa etária, raça e taxa de letalidade. Análise de dados quantitativa foi realizada pelos autores

Resultados

A partir dos dados constatou-se 46.748 diagnósticos de neoplasia maligna de ovário nos últimos dez anos, sendo que a Região Sudeste apresentou o maior número de casos com 19.148 pacientes, seguido pela Região Nordeste com 12.839 diagnósticos. Dentre os pacientes diagnosticados, 38.069 evoluíram para o óbito, acarretando em uma taxa de letalidade de 81,43%, sendo observado na região sudeste uma TL acima da média nacional com 96,61%, seguido pela região centro-oeste com 81,32%. A faixa etária com maior número de mortes foi entre 55-64 anos de idade, com 9.536 vítimas; em seguida a faixa etária entre 65-74 anos com 9.287 óbitos. Por fim, predominou a raça branca, com 22.352 óbitos, seguido da raça parda com 11.667 óbitos.

Conclusões

Diante dos dados coletados, é possível afirmar que o Câncer de Ovário possui elevada letalidade (81,43% na média nacional), atingindo médias alarmantes em certas regiões do Brasil (96,61% no Sudeste). Diante desse cenário, é notável que trata-se de uma condição de grande impacto à Saúde Pública, devido a sua elevada mortalidade. Cabe, portanto, investigar possíveis métodos apropriados de prevenção, rastreio e diagnóstico precoce da doença, a fim de modificar o cenário vigente no Brasil e no mundo.

Palavras Chave

Epidemiologia; Ovário; letalidade

Área

Tumores do ovário e peritônio

Autores

Lucas Bernardi Lopes, Lavínia Ferreira Boaro, Gianynne Felicidade Silva Santos, Luisa Souza Santos Pires, Lorena Novaes Gomes, Kaio Oliveira Costa, Natália Fonseca de Oliveira