Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DA COBERTURA DO EXAME CITOPATOLÓGICO NA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI ENTRE 2020 E 2022
Introdução
O câncer de colo de útero (CCU) é o quarto tipo de neoplasia mais
frequentemente em mulheres no Brasil, sendo estimados pelo Instituto
Nacional do Câncer 17.010 novos casos para o ano de 2023. Dadas a
história natural da doença, que favorece a detecção de lesões precursoras
antes de sua evolução para a doença invasiva, e a expressiva diminuição
da taxa de morbimortalidade que essa identificação precoce oportuniza - a
Organização Mundial da Saúde afirma que a cobertura mínima de 80% da
população-alvo, associada a acesso ao diagnóstico confirmatório e
tratamento adequado se encontrada alteração, possibilita diminuir a
incidência de CCU em até 90% -, são empregados na profilaxia dessa
doença programas de rastreamento, através do exame colpocitológico. A
Pesquisa Nacional de Saúde 2019 estimou que havia, naquele ano,
cobertura de 81,3% do exame no Brasil. Sabe-se, contudo, que no período
da pandemia de COVID-19 houve decaimento substancial do número de
exames realizados em Atenção Básica, com redução do colpocitológico,
especificamente, em 44,6% no país
Objetivo
O presente estudo objetiva realizar uma análise da cobertura da realização
de exame colpocitológico na atenção básica no município de Teófilo Otoni,
em Minas Gerais, durante o triênio 2020-2022
Casuística
não houve
Método
Estudo ecológico quantitativo, transversal e descritivo, baseado em dados
secundários do Sistema de Informações de Câncer referentes ao período
de 2019 a 2022, além de dados do Censo Demográfico de 2010. Decidiu-se utilizar um período de três anos devido ao intervalo recomendado pelo
Ministério da Saúde após dois resultados normais. A análise relacionou os
seguintes quantitativos: testes realizados, e público-alvo.
Resultados
Entre 2020 e 2022, foram registrados 17.980 procedimentos realizados no
município, sendo 2020 o ano de menor registro, com 5.165 coletas. Em 2021
e 2022 foram realizadas, respectivamente, 6.001 e 6.812 coletas. Quando
esses dados são analisados em relação ao número de mulheres no município
que apresentavam entre 25 e 64 anos na data de realização do Censo 2010
(35.175), o mais recente com dados de sexo e idade divulgados até a data do
presente trabalho, têm-se que a cobertura em relação ao público-alvo foi de
51%. Em relação ao ano imediatamente anterior à pandemia, observa-se
que houve, em 2020, um decréscimo de 37,1% no número de testes
realizados, e mesmo 2022, o ano com maiores índices, apresentou
17,2% menos exames que 2019
Conclusões
Não foi possível obter números satisfatoriamente confiáveis em relação à
cobertura do rastreamento, dado o grande intervalo de tempo desde que
foram pela última vez divulgados dados que permitem quantificar a
população-alvo no município. Ademais, notou-se queda significativa na
realização do exame no ano mais crítico da pandemia, seguida de
retomada progressiva que, todavia, segue distante do panorama anterior
a esse período. Essa diminuição da realização de testes pode se refletir
futuramente em um aumento na incidência de CCU. Percebe-se
extremamente necessário que sejam investidos maiores recursos em
pesquisa, a fim de avaliar a efetividade das estratégias empregadas e de
prever efeitos a longo prazo de catástrofes como a ocorrida
Palavras Chave
Exames citológicos; Rastreamento; CANCER DE COLO UTERINO
Área
Prevenção / Rastreamento
Autores
Lavínia Ferreira Boaro, Gianynne Felicidade Silva Santos, Kaio Oliveira Costa, Lucas Bernardi Lopes, Luisa Souza Santos Pires, Lorena Novaes Gomes, Natália Fonseca de Oliveira