Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO RASTREAMENTO E DA MORTALIDADE POR NEOPLASIA MALIGNA DE MAMA NO MARANHÃO: UMA ANÁLISE QUANTITATIVA ENTRE 2014 E 2023

Introdução

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a neoplasia maligna mamária é considerada a primeira causa de óbito por câncer na população brasileira feminina e requer atenção, pois uma vez identificada e tratada de forma precoce obtém-se um bom prognóstico. Trata-se de uma patologia resultante do rápido desenvolvimento de células anormais da mama, podendo se apresentar de diferentes formas, como carcinoma invasivo, hiperplasia, hiperplasia atípica e carcinoma in situ. Os fatores de riscos podem envolver uma gama de componentes, dentre eles aspectos ambientais, genéticos e comportamentais. Desta forma o presente trabalho tem como ponto focal analisar de forma criteriosa, por meio de levantamento de dados, a ocorrência de óbitos decorrentes dessa malignidade e o seu rastreamento através do exame de mamografia.

Objetivo

Analisar a incidência relacionada ao número de óbitos por neoplasia maligna de mama no maranhão e ao rastreio da doença por meio da mamografia, correlacionando com a raça/cor e faixa etária entre o período de 2014 e 2023.

Casuística

Não se aplica.

Método

A pesquisa tratou-se de um estudo quantitativo, descritivo, com abordagem comparativa-estatística. Os dados utilizados a respeito dos óbitos por neoplasia maligna de mama e os exames de mamografia realizados no Maranhão foram coletados a partir do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde e pelo Sistema de Informação do Câncer concedidos pela plataforma do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) entre os anos de 2014 e 2023. As variáveis desse estudo foram raça/cor e faixa-etária.

Resultados

No período analisado, foram realizadas 459.210 mamografias, das quais 169.260 (38%) foram realizadas em mulheres pardas, 168.861 (37%) realizadas em pessoas da cor amarela, e apenas 399 exames (0,08%) em mulheres indígenas. Essa disparidade é particularmente preocupante, considerando que o Maranhão, conforme dados do último CENSO do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o terceiro estado do Nordeste com a maior população indígena. Em relação a faixa etária, a grande parte dos exames são executados a partir dos 40 anos, atingindo o pico na faixa etária entre 50 e 54 anos e apresentando uma queda acentuada a partir dos 70 anos. Também foi analisado, nesse período, o número de óbitos pela neoplasia, que se concentrou em 1.093 óbitos. Destes, 639 (58%), foram notificados em mulheres pardas. Além disso, a maioria desses óbitos (303) ocorreram entre as pacientes com 50 a 59 anos.

Conclusões

Foi observado a existência de discrepâncias significativas no acesso e na realização de mamografias, especialmente entre diferentes grupos étnicos e faixas etárias. A falta de mamografias entre mulheres indígenas e a alta incidência de mortes por câncer em mulheres pardas, especialmente entre 50 e 59 anos, ressaltam a necessidade urgente de ações para garantir que todos tenham acesso igualitário aos serviços de saúde preventiva. É necessário que políticas públicas sejam implementadas visando a ampliação do acesso a exames preventivos, ações de conscientização e programas de saúde direcionados, principalmente, às populações vulneráveis, garantindo assim a eficácia na detecção precoce e no tratamento do câncer de mama.

Referências

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Câncer de mama: vamos falar sobre isso? / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. - 6. ed. rev. atual. - Rio de Janeiro : INCA, 2021.

KATSURA, Chie et al. Breast cancer: presentation, investigation and management. British Journal of Hospital Medicine, v. 83, n. 2, p. 1-7, 2022.

TabNet Win32 3.0: Morbidade Hospitalar do SUS – por local de internação – Maranhão. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/acesso-ainformacao/morbidade-hospitalar-do-sus-sih-sus/.

TabNet Win32 3.0: Sistema de Informação do Câncer – SISCAN (colo do útero e mama) – Mamografia - Por local de atendimento – Maranhão. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/sistema-de-informacao-do-cancer-siscan-colo-do-utero-e-mama/

Palavras Chave

Neoplasia maligna de mama; Mamografia; Óbitos; Rastreamento; Raça; Faixa etária

Área

Tumores da mama

Instituições

Liga Acadêmica de Saúde Ginecológica e Obstétrica da Faculdade Pitágoras - Maranhão - Brasil

Autores

Victoria Valentina Ferreira Costa, Débora Priscila Costa Freire, Elza Layza Bastos de Carvalho, Maria Kéren Ribeiro Sousa, Erika Leticia Oliveira Sampaio