Dados do Trabalho

Título

Seguimento da lesão precursora do câncer do colo uterino: relato de caso

Introdução

O câncer do colo uterino é precedido por lesões precursoras, (NIC2,3), e o tratamento é recomendado, dado o elevado risco de essas lesões progredirem para câncer.

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente, HIV soro positiva, com história de histerectomia total abdominal para tratamento de adenocarcinoma in situ, após ter sido submetida a dois procedimentos excisionais no colo uterino

Casuística

Mulher de 46 anos, vivendo com HIV, submetida a histerectomia total abdominal em junho de 2018 devido a lesão de alto grau e adenocarcinoma in situ no colo uterino, após duas Conização do colo uterino, a primeira em 2014 e a segunda em 2015. Em 2019 foi submetida a ressecção de lesão em cúpula vaginal (lesão intra epitelial escamosa de alto grau vaginal). Teve perda de seguimento após último procedimento. Retornou em 2024 com quadro de sangramento vaginal importante, hidronefrose bilateral (creatinina de 6,0) e tomografia realizada em emergência com tumoração em cúpula vaginal invadindo parede vaginal anterior e infiltrando

Método

Acesso ao prontuário arquivado no serviço onde a paciente havia sido tratada

Resultados

A recorrência de lesões invasivas após tratamento de lesões precursoras do câncer do colo uterino é uma preocupação significativa, especialmente em pacientes imunocomprometidas, como aquelas vivendo com HIV. Estudos demonstraram que mulheres que trataram lesões de alto grau, como NIC 2/3, têm mais de 15% de chance de recidiva de lesão invasora dentro de cinco anos após o tratamento inicial (WRIGHT, 2024). Este relato de caso destaca essa preocupação, pois a paciente apresentou adenocarcinoma in situ e foi submetida a procedimentos excisionais no colo uterino, mas posteriormente desenvolveu uma lesão invasora em outra região.
A importância do seguimento rigoroso após o tratamento de lesões precursoras é fundamental para monitorar a eficácia do tratamento e detectar recorrências precocemente. Pacientes como a descrita neste caso, com história de histerectomia e excisões prévias, precisam de um acompanhamento contínuo e vigilante para identificar sinais de recorrência ou progressão para lesões invasoras.

Conclusões

Este relato reforça a necessidade de um seguimento atento e regular em pacientes com lesões precursoras do câncer do colo uterino, especialmente em indivíduos com condições que podem comprometer o sistema imunológico, como a infecção pelo HIV. É essencial educar os pacientes sobre a importância do acompanhamento médico contínuo para garantir a detecção precoce de recorrências ou progressão da doença. A partir disso, recomenda-se um protocolo de seguimento mais rigoroso para pacientes com histórico semelhante, visando intervenções oportunas e melhor prognóstico. Isso é crucial para aprimorar os resultados clínicos e reduzir os riscos associados ao desenvolvimento de câncer invasor em pacientes com lesões precursoras do colo uterino

Referências

WRIGHT, Jason D., MD. Cervical intraepithelial neoplasia: Terminology, incidence, pathogenesis, and prevention. In: UpToDate. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/cervical-intraepithelial-neoplasia-terminology-incidence-pathogenesis-and-prevention?source=history_widget. Acesso em: 28 abril 2024.
Gravitt PE, Lacey Jr. JV, Brinton LA, et al. Evaluation of self-collected cervicovaginal cell samples for human papillomavirus testing by polymerase chain reaction. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev [Internet]. 2001; 10(2):95-100. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11966386/. Acesso em: 28 abril 2024.
Almeida FM, Azevedo RCS, Cunha AR, et al. Effect of photodynamic therapy mediated by 5-aminolevulinic acid on the treatment of cervical intraepithelial neoplasia II and III. Photodiagnosis Photodyn Ther [Internet]. 2013; 10(4):491-497. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23202792/. Acesso em: 29 abril 2024.

Palavras Chave

Adenocarcinoma in situ; Papillomavirus Humano; Neoplasias do colo do útero.