Dados do Trabalho

Título

PNEUMONITE EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA TRATADAS COM RADIOTERAPIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS

Introdução

A radioterapia representa um pilar crucial no tratamento do câncer de mama, embora sua eficácia seja frequentemente contrabalançada por efeitos colaterais adversos, notadamente a pneumonite, uma inflamação pulmonar que se destaca como uma complicação potencialmente grave. A exposição tecidual à radiação desencadeia danos no tecido pulmonar, manifestados clinicamente por tosse, dispneia e, em casos mais severos, comprometimento funcional.

Objetivo

Este estudo visa investigar a incidência, os fatores de risco e o impacto da pneumonite em mulheres com câncer de mama submetidas à radioterapia, analisando riscos e fatores de proteção para o desenvolvimento dessas complicações.

Casuística

Não há.

Método

Uma busca sistemática na base de dados do PubMed foi conduzida para identificar ensaios clínicos randomizados envolvendo mulheres com câncer de mama submetidas à radioterapia, com foco na ocorrência de pneumonite por radiação como desfecho. A estratégia de busca utilizou os termos "radiation pneumonitis" e "breast cancer". A seleção de artigos e extração de dados seguiram as diretrizes PRISMA e Cochrane para revisões sistemáticas, sem restrições quanto à idioma, tamanho da amostra ou ano de publicação.

Resultados

Três ensaios clínicos randomizados envolvendo 638 pacientes foram incluídos neste estudo. Em uma coorte de 524 mulheres com câncer de mama submetidas a quimioterapia seguida de radioterapia, comparou-se a grupos submetidos a quimioterapia padrão com paclitaxel e grupos apenas com quimioterapia padrão. Não foram observadas diferenças significativas na taxa de pneumonite clinicamente relevante entre os grupos (5% no grupo paclitaxel e 4,5% no grupo controle). Adicionalmente, o grupo tratado com paclitaxel apresentou maior incidência de alterações radiográficas em comparação ao grupo controle. Em outro estudo com 80 pacientes submetidos a tratamento radioterápico com técnica de fechamento respiratório e inspiração profunda, a probabilidade de desenvolvimento de pneumonite foi significativamente menor no grupo que recebeu controle respiratório (0,6% versus 0,3%). A medida NTCP, utilizada para prever riscos de complicações pulmonares, também foi reduzida neste grupo. Um terceiro ensaio com 34 pacientes avaliou a radioterapia locorregional em mulheres previamente submetidas a quimioterapia, evidenciando sinais clínicos de suspeita de pneumonite em 29% dos casos, com apenas uma necessitando de tratamento sintomático. Achados radiológicos foram observados em 68% dos pacientes após três meses de radioterapia.

Conclusões

Este estudo revela que parte das pacientes submetidas à radioterapia para câncer de mama podem apresentar sintomas de pneumonite ou alterações radiográficas após o tratamento, embora a maioria dos sintomas tenha sido considerada leve. Além disso, foram identificados fatores de proteção, como o uso de técnicas de controle respiratório durante a radioterapia. Assim, ao desenvolver estratégias terapêuticas para pacientes com câncer de mama, é essencial considerar as repercussões pulmonares como parte integrante do plano de cuidados, visando otimizar os resultados e garantir a qualidade de vida dessas pacientes.

Referências

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Palavras Chave

Câncer de Mama; Radioterapia; tratamento; Complicações