Dados do Trabalho
Título
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE O RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E CÂNCER DE MAMA NO BRASIL NOS ANOS DE 2019 A 2023
Introdução
O câncer do colo do útero e o câncer de mama são duas das formas mais comuns de câncer entre as mulheres no Brasil. Assim, os exames citopatológico e mamográfico desempenham um papel crucial na detecção precoce e tratamento eficaz dessas doenças. À luz dessa importância, é fundamental realizar estudos epidemiológicos para avaliar a eficácia dos programas de rastreamento e identificar possíveis lacunas ou desafios.
Objetivo
Avaliar os índices de rastreamento do câncer de mama por meio do exame mamográfico e do câncer de colo uterino, através da colpocitologia oncótica, com base na análise epidemiológica de dados contidos no Sistema de Informação do Câncer pelo DATASUS.
Casuística
Não há.
Método
Trata-se de um estudo transversal e descritivo por meio de dados do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN-DATASUS). Foram incluídas mulheres na faixa etária de rastreio da mamografia e do exame colpocitológico, em todas as unidades da federação do Brasil, no período de janeiro/2019 a dezembro/2023.
Resultados
O diagnóstico histopatológico do câncer do colo do útero revelou a presença de diferentes tipos de lesões, tais como carcinoma epidermoide, adenocarcinoma invasor, adenocarcinoma in situ e NIC III/Carcinoma în situ. Durante o período de 2019 a 2024, observamos flutuações na incidência dessas lesões. Em 2019, foram registrados 1.822 casos de carcinoma epidermoide, 290 de adenocarcinoma invasor, 164 de adenocarcinoma in situ e 6.731 de NIC III/Carcinoma in situ. Em 2020, houve uma redução para 1.517, 234, 120 e 5.079, respectivamente. No ano seguinte, em 2021, houve um aumento para 1.649, 295, 150 e 6.010 casos, respectivamente. Em 2022, os números foram de 1.465, 282, 174 e 7.268, e em 2023, de 1.537, 269, 169 e 7.935 casos, respectivamente. Adicionalmente, os dados do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN) proporcionaram uma visão abrangente da realização de mamografias no Brasil ao longo dos anos estudados. Em 2019, foram realizadas 77.434 mamografias para pacientes com indicação clínica específica, 2.954.375 para rastreamento e 3.030.248 para controle. Em contrapartida, em 2020, houve uma redução no número total de mamografias, com 50.108 para indicação clínica, 1.777.850 para rastreamento e 1.825.626 para controle. No ano seguinte, em 2021, observou-se um aumento, com 57.950 mamografias para indicação clínica, 2.569.082 para rastreamento e 2.623.895 para controle. Em 2022, os números permaneceram estáveis, com 55.990 mamografias para indicação clínica, 2.906.337 para rastreamento e 2.959.216 para controle. Entretanto, em 2023, houve um aumento significativo, com 65.853 mamografias para indicação clínica, 3.398.980 para rastreamento e 3.464.808 para controle.
Conclusões
Os resultados do nosso estudo evidenciam que o rastreamento do câncer de colo do útero e de mama no Brasil apresentou variações ao longo dos anos analisados. Além disso, os dados referentes às mamografias realizadas revelaram tendências irregulares. Essas variações podem ser atribuídas a uma série de fatores que precisam ser investigados, considerando a importância fundamental do rastreamento do câncer em mulheres e sua detecção precoce.
Palavras Chave
Câncer de Mama; epidemiologia descritiva; Rastreamento; CANCER DE COLO UTERINO
Área
Prevenção / Rastreamento
Autores
Isabelle Cadore Galli, Arthur Guilherme Dias Oliveira, Rycharles Rudson Medeiros de Melo, Mylena Cordeiro Aranha, Yasmim Vitoria Campos Ferreira, Luiz Felipe Costa de Almeida