Dados do Trabalho
Título
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: ANÁLISE DO NÚMERO DE CASOS E MODALIDADES TERAPÊUTICAS NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS NO BRASIL
Introdução
O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é a quarta neoplasia em mulheres com mais óbitos no Brasil. Os tipos histológicos mais comuns são câncer cervical de células escamosas, com 70% dos casos, e adenocarcinoma, com 25% dos casos. Possui como principal fator de risco a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), o qual pode ser detectado em 99,7% dos cânceres de colo uterino. Além disso, fatores como início precoce de atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais, história de infecções sexualmente transmissíveis, também estão relacionados ao maior risco de desenvolver a doença. Ademais, vale ressaltar que o exame Papanicolau tem importante papel no diagnóstico e prevenção do câncer cervical, pois tem capacidade de detectar células pré-cancerosas e cancerosas no colo útero, reduzindo as taxas de mortalidade associadas.
Objetivo
Analisar a incidência e modalidade terapêutica da neoplasia maligna de colo de útero no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dez anos (2014-2023) no Brasil.
Casuística
Não se aplica.
Método
Estudo descritivo e retrospectivo sobre a incidência e modalidade terapêutica da neoplasia maligna de ovário (CID 10 - C53) nos últimos dez anos (2014-2023) no Brasil. Os dados foram obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET. As variáveis utilizadas foram número de casos, Região, modalidade terapêutica e faixa etária. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.
Resultados
Com base na análise dos dados públicos, foi constatado que o Brasil apresentou um total de 97.102 casos de neoplasia maligna de colo de útero registrados nos últimos cinco anos, sendo que a Região Sudeste obteve o maior número de casos, 33.936, representando 35,95% do total, seguido pela Região Nordeste com 27.439 registros e depois pela Região Sul com 20.310 casos. Em vista às modalidades terapêuticas realizadas, que abrangia as formas de intervenções cirúrgicas, quimioterapias e radioterapia, foi registrado uma pequena prevalência da radioterapia com 24.581 registros, seguido pela cirurgia com 22.051 intervenções e, depois, a quimioterapia com 20.747 procedimentos inscritos. Torna-se importante ressaltar que 26,97% dos casos não possuiam informações quanto a modalidade terapêutica. Ademais, ressalta-se que a Região Nordeste manifestou a maior porcentagem realizada entre o total de radioterapia com 34,92% e a Região Sudeste registrou 34,44% das intervenções cirúrgicas registradas no período. No que tange à faixa etária das pacientes, é notória a expressão do câncer de colo de útero na população feminina entre 35 e 49 anos, com 38.166 casos, caracterizando em torno de 39,31 % do total no país.
Conclusões
Com isso, percebe-se que o câncer de colo de útero é mais prevalente em mulheres de 35 a 49 anos, e apresenta o maior número de casos na região sudeste do país. Além disso, a modalidade terapêutica predominante foi a radioterapia, seguida de intervenções cirúrgicas e, por último, quimioterapia. Ressalta-se que o tratamento com radioterapia possui maior porcentagem na Região Nordeste, enquanto com intervenções cirúrgicas, prevalece no Sudeste.
Referências
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Estimativa 2020: Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2019.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Detecção precoce do câncer. – Rio de Janeiro : INCA, 2021
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Atlas da mortalidade. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Base de dados.
PINHO, A.A.; FRANÇA-JÚNIOR, I.; Cervical cancer prevention: a theoretical framework to analyze Papanicolaou test access and use. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/VMFjmZPDpvVxgDV7TTCzfpC/?lang=pt#.
Palavras Chave
colo de útero; Neoplasia; Brasil.
Área
Tumores do colo uterino e patologia do trato genital inferior
Instituições
Universidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Larissa Roberta Negrão, Maria Laura Lima Vargas, Júlhia Spuldaro Rabuske, Eduarda Alberti Lopes Da Silva, Caroline De Quadros Hackenhaar, Raissa Dos Santos Copatti, Eduarda Roani Baptista