Dados do Trabalho


Título

Significância clínica de atipia de células glandulares (AGC) no Rastreamento do Câncer de Colo Uterino no município do Rio de Janeiro

Introdução

O laudo citológico da atipia de células glandulares (AGC) no exame de rastreio do câncer do colo uterino é essencial no diagnóstico de adenocarcinoma do colo uterino. Com este laudo a mulher é encaminhada para colposcopia, como recomendação das diretrizes brasileiras para rastreamento do câncer do colo uterino.

Objetivo

Avaliar a significância clínica no diagnóstico citológico de AGC.

Casuística

120 mulheres atendidas no ambulatório de patologia cervical do Hospital Universitário

Método

Estudo de corte longitudinal retrospectivo onde foi avaliado o desfecho das pacientes. Foram consultados os prontuários arquivados e analisados os seguintes parâmetros: idade, comorbidade, laudo colposcópico, resultado de citologia no primeiro atendimento, laudo histeroscópico (nas mulheres com 35 anos ou mais) e laudo histopatológiconquando submetida a biópsia excisional.

Resultados

Foram identificadas 120 mulheres com média de idade de 44.2 anos encaminhadas com AGC por exame de rastreio citopatológico. 113 foram submetidas a 2ª citologia: em 79,65% dos casos sem alterações, 12,39% ASC-US, 4,42% ASC-H, 3,5% AGC novamente e 1 adenocarcinoma in situ.
Na 1ª colposcopia 25 mulheres detectaram lesão de baixo grau (LSIL), dentre elas 16% (4/25) com 1ª citologia ASC-US e 52% (13/25) com lesão de alto grau (HSIL); 2 lesões vegetantes que na biópsia se confirmou um carcinoma epidermóide invasor e adenocarcinoma invasor. Na excisão da zona de transformação tipo 1 foram confirmados 2 carcinomas epidermóides invasores. Após a excisão tipo 3 foram confirmados 4 adenocarcinomas in situ que evoluíram de HSIL na suspeita colposcópica prévia, além da confirmação 7 lesões de alto grau (NIC III) e 1 lesão de baixo grau NIC I. Não houve pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma do endométrio.

Conclusões

Apesar da maioria dos casos de AGC ter a avaliação com exames normais, uma percentual significativo apresenta lesão invasora ou precursora. As mulheres com AGC à triagem devem ser encaminhadas para colposcopia

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo uterino. Rio de Janeiro: INCA, 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/diretrizes-brasileiras-para-o-rastreamento-do-cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 28 abr. 2024.
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SOUZA, J. P. et al. Avaliação do rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 32, n. 10, e00062615, 2016. DOI: 10.1590/0102-311X00062615. Acesso em: 30 abr. 2024.

Palavras Chave

AGC; células glandulares atípicas; neoplasia glandular cervical

Área

Tumores do colo uterino e patologia do trato genital inferior

Autores

Luana de Oliveira Ribas, Maria Raphaela Magalhães de Andrade Figueira Siqueira Alves, Maria Eduarda Paredes Pantel de Almeida, Bruna Carnevale, Behrnardo Abrantes Alves, Juliana Pereira da Silveira dos Santos, Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo