Dados do Trabalho
Título
Câncer de vulva no estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2013 e 2023
Introdução
O câncer de vulva é uma neoplasia rara que predominantemente afeta mulheres na pós-menopausa. O tratamento primário é cirúrgico, embora a quimiorradioterapia seja uma opção para tumores avançados. Uma abordagem multidisciplinar e individualizada em centros especializados em oncoginecologia é crucial. Quando o diagnóstico é feito em estágios avançados, devido a questões culturais e falta de conhecimento dos profissionais de saúde, resulta em prognósticos menos favoráveis e tratamentos mais invasivos. Buscar informações precisas e de qualidade sobre a doença nas populações pode orientar políticas públicas para a prevenção e detecção precoce, levando a uma redução de danos, nas taxas de mortalidade e nas despesas públicas.
Objetivo
Descrever o perfil epidemiológico do câncer vulvar no estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2013 a 2023.
Casuística
Não se aplica.
Método
Estudo ecológico, descritivo, com abordagem quantitativa, baseado em dados secundários do Painel de Monitoramento de Tratamento Oncológico (PAINEL - oncologia). Foram extraídos dados de casos notificados de neoplasia maligna da vulva (CID 10 - C51) em mulheres, de acordo com local de residência no estado do Rio de Janeiro de 2013 a 2023. As variáveis incluídas no estudo foram os casos de neoplasia maligna da vulva, ano do diagnóstico, faixa etária, modalidade terapêutica, tempo até o início do tratamento e estadiamento.
Resultados
Para os anos de 2013 a 2023, foram notificados um total de 678 diagnósticos de neoplasia maligna da vulva em mulheres no estado do Rio de Janeiro. Ao avaliar a faixa etária, observa-se uma proporção de registros maiores na faixa etária de 80 anos ou mais com 117 casos (17,26%), seguida da faixa etária de 65 a 69 anos apresentando 92 casos (13,57%). Em relação à modalidade terapêutica, percebe-se que ao longo dos anos, aumentou-se a tendência de realização de cirurgia. Já, em relação ao tempo até o início do tratamento, durante o período analisado ainda foram registrados casos que demoraram 60 dias ou mais dias para a inicialização do tratamento, porém, a partir de 2021, observou-se uma queda, sendo em 2023 apenas 15 casos que demoraram 60 dias ou mais, e 19 casos que iniciaram o tratamento em até 30 dias. Sobre o estadiamento durante o período, o maior percentual ficou com estágio III (25,07%). Vale ressaltar que o percentual de não se aplica (28,76%) e ignorado (25,22%) foram importantes, computados juntos 53,98% das informações.
Conclusões
Entre 2013 e 2023, 678 diagnósticos de câncer de vulva foram notificados em mulheres no estado do Rio de Janeiro. A cirurgia mostrou-se como o tratamento predominante, porém, persistem atrasos no início do tratamento e lacunas na qualidade dos registros de estadiamento, evidenciando uma problemática relacionada à má qualidade das informações neste campo pelos profissionais.
Fotos e tabelas
Referências
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Palavras Chave
Câncer da Vulva; Sistema Único de Saúde; Epidemiologia
Área
Tumores da vulva e vagina
Instituições
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Carla Veras Yigashira de Oliveira, Luana Caroline Firmino, Layla Vissoci Neubern de Toledo, Rafael Masahiro Koshimizu Takahashi, Paula dos Santos Xisto