Dados do Trabalho

Título

Metástase de Câncer de Ovário em Linfonodos Axilares: Relato de Caso

Introdução

O câncer de ovário é o segundo tipo mais comum de câncer ginecológico no Brasil, segundo
o Instituto Nacional do Câncer. Fatores de risco incluem idade avançada, condições
reprodutivas e hormonais, como infertilidade, nuliparidade, menarca precoce e menopausa
tardia, obesidade e história familiar de neoplasias malignas de ovário, colorretal e de mama.
Destacam-se também os fatores genéticos, com mutações em genes como BRCA1 e
BRCA2 associadas a um maior risco de câncer de mama e ovário.

Objetivo

Analisar a apresentação clínica, os achados de imagem e os resultados histopatológicos de
uma paciente com suspeita de metástase ovariana em linfonodo axilar.

Casuística

A.B.P, sexo feminino, 41 anos, branca, jornalista, nulípara, sem uso atual de medicações,
com histórico de câncer de ovário em 2019 e histerectomia total abdominal associada a
salpingo-ooforectomia bilateral. Nega tabagismo e história familiar de doenças.

Método

Revisão de literatura, juntamente com a análise dos exames laboratoriais e de imagem
pertinentes ao caso da paciente.

Resultados

A paciente apresentou-se ao consultório para consulta de retorno com resultado do exame
de mamografia de rotina realizado em fevereiro de 2024. Laudo consta tecido
predominantemente denso localizado no quadrante superior lateral de ambas as mamas,
calcificação tipicamente benigna na mama direita e presença de linfonodo medindo 1,2 cm,
com calcificações amorfas de permeio em região axilar esquerda, classificado na categoria
BI-RADS 4A. Nesta ocasião, a paciente não apresentava alterações no exame físico. Por
recomendação, realizou uma punção percutânea, orientada por ultrassonografia, para core
biópsia do linfonodo, cujo resultado histopatológico mostrou carcinoma metastático com
formação de papilas e calcificações, grau nuclear 2, sugerindo origem ovariana. Na semana
seguinte, foi submetida a uma ressonância magnética, a qual evidenciou linfonodopatia
axilar direita, com hematoma subjacente, sendo classificada como BI-RADS 1. A associação
desse exame com o resultado histopatológico sugere metástase ovariana. No momento, a
paciente aguarda parecer da oncologia clínica.

Conclusões

O câncer (CA) de ovário pode se disseminar principalmente no abdômen e em órgãos
próximos aos ovários, por disseminação celômica. Metástases também podem ocorrer por
via hematogênica ou pelos vasos linfáticos, embora sejam menos comuns. Em casos menos
comuns, podem afetar o fígado e os pulmões. Os linfonodos abdominais, para-aórticos,
pélvicos e mediastinais são frequentemente afetados. As cadeias linfonodais axilares, como
no caso da paciente, são normalmente associadas à metástases por carcinomas de mama,
principalmente devido ao histórico de CA de ovário que a paciente apresentava, pois esse
pode estar associado a uma mutação genética, especialmente no gene BRCA1/2, que
aumenta também o risco de CA de mama. No entanto, é crucial diferenciar entre os tipos de
câncer, pois o tratamento e o prognóstico podem variar. O adenoma seroso é o tipo
histológico mais comum de CA de ovário que se dissemina e, como no caso da paciente, o
comprometimento linfonodal axilar pode gerar microcalcificações ao exame físico ou na
mamografia.

Fotos e tabelas

Referências

AYDIN, Ç. et al. Axillary lymph node metastasis from serous ovarian cancer: a case report and review
of the literature. Archives of Gynecology and Obstetrics, v. 279, n. 2, p. 203–207, 10 maio 2008.
DALY, M. B. et al. Genetic/Familial High-Risk Assessment: Breast, Ovarian, and Pancreatic, Version
2.2021, NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology. Journal of the National Comprehensive
Cancer Network, v. 19, n. 1, p. 77–102, 6 jan. 2021.
LI, S. et al. Cancer Risks Associated With BRCA1 and BRCA2 Pathogenic Variants. Journal of Clinical
Oncology, v. 40, n. 14, 25 jan. 2022.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Câncer de ovário. Rio de Janeiro: INCA, 2019.
Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2024

Palavras Chave

Câncer no ovário; Metástase; Câncer de Mama