Dados do Trabalho

Título

Disgerminoma ovariano em gestante: relato de caso

Introdução

A associação entre neoplasias e gestação são um evento raro, cuja incidência mundial varia de 0,05% a 1%. Os tipos de tumores mais comuns em gestantes são de mama, colo de útero, melanoma e linfoma, com as neoplasias de ovário em segundo plano. Justificativa: Dentre as neoplasias malignas de ovário, aqueles de células germinativas correspondem a menos de 5% de todos os tipos de cânceres dessa estrutura, sendo o principal o disgerminoma, com 38,2%. No entanto, sua presença na gravidez está na ordem de 0,2 a 1 caso a cada 100.000 gestantes. Por tratar-se de uma condição rara, um relato de caso como este pode contribuir para o aprendizado da comunidade acadêmica, permitindo o aprimoramento do conhecimento sobre essa condição.

Objetivo

O objetivo deste estudo será descrever as características clínicas e terapêuticas de um disgerminoma ovariano numa gestante

Casuística

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Método

Trata-se de uma pesquisa observacional e descritiva, realizada a partir da coleta de dados do prontuário médico de uma puérpera portadora de massa pélvica volumosa submetida a procedimento cirúrgico para sua retirada. Em seguida, as informações obtidas foram organizadas e estruturadas nesta produção.

Resultados

K. M. S. L., 24 anos, sexo feminino com gestação tópica de 16 semanas, procurou atendimento médico devido a dor pélvica. Em ultrassonografia, houve identificação de massa pélvica, cuja conduta foi o acompanhamento da condição e continuidade da gravidez. A paciente permaneceu com dores refratárias e, com 33 semanas de gestação, a interrupção da gravidez foi indicada. A cesárea foi realizada e uma histerectomia ocorreria no mesmo tempo cirúrgico, mas foi evidenciada no intraoperatório uma massa pélvica volumosa próxima ao ovário, sendo encaminhada para o serviço de referência. Em tomografia computadorizada de abdome, verificou-se acentuada massa heterogênea, lobulada, de dimensões 23,3 x 20,0 x 14,3 cm3 ocupando praticamente toda a cavidade abdominal, sendo indicada laparatomia exploradora. Durante a operação, observou-se ascite moderada e massa em ovário esquerdo aderida ao cólon transverso. Com isso, seguiu-se à drenagem da ascite, anexectomia esquerda e lise de aderências. No intraoperatório, a paciente apresentou grave instabilidade hemodinâmica, o que levou a equipe a levantar a hipótese de miocardiopatia periparto, dando início à terapia vasoativa com noradrenalina e dobutamina. O pós-operatório ocorreu em unidade de terapia intensiva, permanecendo no setor por 6 dias. Com exame de imuno-histoquímica e histopatológico, identificou-se a peça cirúrgica como um digerminoma ovariano, além da presença tumoral em linfonodos, o que levou à indicação de cirurgia para citorredução complementar.

Conclusões

O disgerminoma ovariano é o principal tipo de neoplasia ovariana, sendo mais comum em mulheres nas primeiras décadas de vida e tende a responder bem à quimioterapia, mas cerca de 1/3 dos casos é maligno. Devido à raridade, o diagnóstico geralmente ocorre durante a abordagem cirúrgica, o que implica na identificação do tumor já em estágios avançados. A indicação da interrupção da gravidez leva em conta o período gestacional e a progressão da doença.

Referências

CIETO, Júlia Ferreira; SANTOS, Laleska Andres Costa; DE OLIVEIRA GOZZO, Thais. Câncer durante a gravidez: análise dos casos com ênfase nos resultados obstétricos e neonatais. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 11, 2021.
DE MOURA, Andréa Augsburger et al. ovariano na gestação: relato de caso. Femina, v. 50, n. 5, p. 316-20, 2022.
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WOLTERS, Vera et al. Management of pregnancy in women with cancer. International Journal of Gynecologic Cancer, v. 31, n. 3, 2021.

Palavras Chave

Disgerminoma; Doenças Ovarianas; Neoplasias; Gravidez;