Dados do Trabalho


Título

Tratamento cirúrgico conservador em paciente portadora de hiperplasia estromal pseudoangiomatosa (PASH) mamária bilateral: relato de caso.

Introdução

A hiperplasia estromal pseudoangiomatosa (PASH) consiste em uma lesão proliferativa mesenquimal benigna da mama, induzida hormonalmente, ocorrendo predominantemente em mulheres na pré-menopausa e em mulheres na pós-menopausa em terapia hormonal. Apresenta-se como uma massa bem circunscrita, firme, homogênea e branco-acinzentada, podendo ser dolorosa e causar assimetria mamária. A etiologia é desconhecida, com apresentações mamárias bilaterais extremamente raras.

Objetivo

Relatar caso raro de hiperplasia estromal pseudoangiomatosa bilateral

Casuística

-

Método

M.C.S.L, 30 anos, feminino, G2P1A1, em uso de anticontraceptivo oral por menos de 1 ano. Comparece em 09/2020 com queixa de nódulo na mama direita (sic). Refere ter realizado sua primeira cirurgia, setorectomia a direita em 2017. A Ultrassonografia (US) (09/2020) das mamas revelou na mama direita 7 nódulos hipoecóicos, circunscritos e paralelos, sendo o maior 43x27x19mm no QSL e na mama esquerda 1 nódulo 17x15x10mm QSM (BIRADS 3). Mamografia (02/2019) evidenciou focos assimétricos de densidade em QIM da mama esquerda (ME) BIRADS 0. Ao exame físico, observou-se assimetria das mamas (direita maior que esquerda), sem nodulações palpáveis e axilas sem alterações. Realizada biópsia da MD do nódulo maior, tratando-se de hamartoma. Foi submetida a tratamento cirúrgico conservador da mama com técnica de pedículo inferior (10/2020). O laudo histopatológico indicou tecido mamário com hiperplasia estromal pseudoangiomatosa de padrão fascicular, sem atipias. Retornou ao serviço após 2 anos (04/2022), com outro médico assistente, queixando-se de aumento de volume da ME há 2 anos, o exame físico indicou mamas assimétricas (esquerda maior que direita) e nódulo palpável em mama direita de 2-2,5 cm e fibroelástico. A US (04/2022) revelou, em MD, imagem nodular hipoecogênica em QSE de 2,9x2,7x1,3 cm em ME de aspecto pendular com espessamento de pele e dimensões aumentadas, BI-RADS 3. Desta forma, e frente a assimetria mamária a hipótese de PASH foi novamente considerada. Foi submetida a mastoplastia redutora da ME em 09/2022. Histopatológico foi PASH, sem atipias. A paciente evolui em boas condições e recebe alta hospitalar. Foi encaminhada para acompanhamento na rede secundária.

Resultados

O diagnóstico de PASH é realizado através de exame físico, mamografia, US e biópsia. O tratamento varia de acordo com o tamanho, localização, risco de recorrência e desejo do paciente, sendo, geralmente, cirúrgico. Os exames de imagem, podem conter características de malignidade, como margens irregulares. A excisão ampla é a base do tratamento, embora o envolvimento difuso possa exigir mastectomia simples. A mastectomia pré-peitoral com reconstrução pode ser considerada em casos de PASH extensa ou para pacientes que desejam reconstruir a mama após a remoção da lesão.

Conclusões

O presente relato revela um caso de PASH de mamas bilateral, descrevendo a possibilidade de tratamento cirúrgico conservador das mamas nestas pacientes.

Fotos e tabelas

Referências

MALLQUI MEJÍA, Mirela et al. Hiperplasia estromal pseudoangiomatosa (PASH) en niña de 14 años: reporte de caso. Revista Peruana de Ginecología y Obstetricia, v. 67, n. 4, 2021.
MENDONÇA, Ana Carolina Guglielmelli; DE ANDRADE, Raffaela Levy; DE MIRANDA PIRES, Douglas. PASH: STROMAL AND PSEUDOANGIOMATOUS HYPERPLASIA—SURGICAL TREATMENT USING ONCOPLASTIC TECHNIQUES—THOREK AND DERMAL FLAP. Mastology, v. 28, n. 1, p. 24-28, 2018.
VIRK, Renu K.; KHAN, Ashraf. Pseudoangiomatous stromal hyperplasia: an overview. Archives of pathology & laboratory medicine, v. 134, n. 7, p. 1070-1074, 2010.
DOMINGO, J. Moreno et al. Hiperplasia estromal pseudoangiomatosa de la mama (HEPA): estudio clínico, radiológico y patológico de 4 casos. Clínica e Investigación en Ginecología y Obstetricia, v. 39, n. 6, p. 253-259, 2012.

Palavras Chave

Mamoplastia; Tumor de mama; pash; MSH;

Área

Tumores da mama

Instituições

HOSPITAL ALDENORA BELO - Maranhão - Brasil, UFMA - CAMPUS SÃO LUÍS - Maranhão - Brasil

Autores

Laura Froes Nunes da Silva, Sofia Arruda Castelo Branco Santos, Ludmylla Ferreira Freire, João Arthur Duarte Catanhede, Glaucia Cordeiro Mesquita, Ana Gabriela Caldas Oliveira